A Cirurgia Plástica Pós-Gestação

Toda mãe sofre alguns estigmas da gestação, em maior ou menor intensidade.
Dentre eles, destacam-se o surgimento das estrias em mamas e abdome; algum ganho de peso de perda difícil; a flacidez da musculatura do abdome; hérnias da parede abdominal, principalmente no umbigo; sobra de pele em abdome/mamas; aumento e/ou queda das mamas das mamas; hipertrofia (crescimento) dos pequenos lábios na vulva. Além disso, alterações de coloração da pele - como o melasma - são queixas comuns.
Alguns fatores são importantes antes de iniciarmos a correção cirúrgica dessas alterações.
O primeiro é se haverá perspectiva de nova gestação. Nesse caso, postergamos o tempo cirúrgico de tratamentos considerados mais radicais e definitivos, tais como a abdominoplastia. Uma nova gestação levaria à perda do resultado e dificuldade na correção futura de novas alterações. Raciocinando de modo similar, as mamas necessitando mamoplastia (com ressecção de pele) também deveriam ser tratadas cirurgicamente preferencialmente após a última gestação. Claro que cada caso é avaliado separadamente e existem exceções e variantes, mas esse deveria ser o caminho mais lógico no tratamento.
Outro ponto importante é a amamentação. Mães em fase de lactação ativa devem postergar o tratamento cirúrgico para o momento pós término da produção de leite, período em que as mamas têm redução de volume e assumem nova posição. Outros tratamentos também devem ser postergados para não interferirem com a produção do leite.
Pacientes que apresentaram grande ganho de peso não devem ser imediatistas na busca pele cirurgia. Normalmente, existe alguma perda ponderal natural e progressiva após o parto, que pode e deve ser acelerada pela retomada da atividade física. Essa redução do peso traz melhora expressiva no resultado estético final de sua futura cirurgia.
Claro que é comum a presença de acúmulos gordurosos localizados e indesejados, que muitas vezes não existiam antes da gestação.  O cirurgião plástico não solicita que você perca cada milímetro dessa gordura localizada, mas pede que os grandes acúmulos diminuam para que o resultado final seja mais harmônico. O IMC maior que 30 está associado a aumento de complicações em cirurgia plástica e contra-indica a cirurgia.
Foto: Arwen Abendstern em everystockphoto.com
Quais são, então, os procedimentos mais indicados para essas alterações?
As gordurinhas indesejadas serão retiradas pela lipoaspiração. O maior benefício será no contorno corporal com uma cintura mais delimitada e, caso haja indicação, aumento no bumbum por enxerto de gordura.
As mães com sobra de pele no abdome inferior e/ou flacidez muscular, além de estrias nessa região, serão beneficiadas pela plástica abdominal ou abdominoplastia. O resultado é um abdome mais plano, com retirada de boa parte da estrias, sem flacidez e com plano muscular mais firme. Esse procedimento associado à lipoaspiração de flancos traz os melhores resultados estéticos nessa área (veja mais em: http://mariocapp.blogspot.com.br/2011/05/abdominoplastia-com-ou-sem.html ).
Eventuais hérnias, principalmente as umbilicais, podem trazer alterações estéticas no umbigo. A abdominoplastia permite a correção completa desse tipo de hérnia e a melhora na forma daqueles umbigos distorcidos pela hérnia. O umbigo, no entanto, não será o mesmo de antes após a abdominoplastia, na maioria das vezes necessita de cicatrizes ao seu redor (veja mais nesse post: http://mariocapp.blogspot.com.br/2011/07/abdominoplastia-existe-mesmo.html).
As mamas recebem atenção em dois aspectos, o volume e a posição. Mamas pequenas obviamente se beneficiarão da inclusão de prótese de silicone e as mamas volumosas necessitam redução do volume através da mamoplastia redutora. Na cirurgia redutora podemos utilizar o próprio tecido mamário na montagem da mama ou substituir o tecido mamário retirado, que é mais frouxo, por uma prótese de silicone, criando uma mama mais redonda e firme (veja mais sobre mamoplastia redutora aqui: http://mariocapp.blogspot.com.br/2013/11/mamoplastia-redutora-estetica-e.html ).
As mamas com queda importante necessitarão, obrigatoriamente, de algum procedimento para retirada de pele (mastopexia) e reposicionamento da posição da aréola. A simples inclusão de uma prótese de silicone não levanta a mama, apenas aumenta a mama, portanto, de acordo com cada caso, o cirurgião irá optar pela mamoplastia com ou sem a prótese (veja mais nesse post: http://mariocapp.blogspot.com.br/2011/10/queda-de-mama-e-protese-corrigirei-meu.html ).
A hipertrofia dos pequenos lábios é uma queixa frequente no consultório e muito comum pós-gestação. O tratamento cirúrgico, conhecido como cirurgia íntima ou ninfoplastia, é simples e rápido, podendo ser feito sob raquianestesia ou anestesia local. O pós-operatório é muito pouco doloroso e permite rápida recuperação (veja mais detalhes nesse post: http://mariocapp.blogspot.com.br/2012/08/cirurgia-intima-procedimento-simples.html ). 
Algumas mães evoluem ainda com aumento no volume da região do púbis, de correção tranquila por lipoaspiração, já outras, podem evoluir com perda de volume dos lábios maiores, podendo ser corrigida por enxerto de gordura (lipoenxertia).
As estrias avermelhadas presentes após a gestação são passíveis de tratamento com excelentes resultados por atuação de laser e/ou peelings. As estrias brancas são as mais antigas e com pouca resposta a esses tratamentos.
O melasma é a alteração na coloração da pele na face, normalmente com escurecimento na região frontal e malares, muito comum após a gestação. O tratamento pode trazer bons resultados, no entanto, exige persistência no uso dos cremes prescritos, protetores solares de uso contínuo e evitar a exposição solar intensa, sob pena do retorno das manchas.

Prótese em Gota / Anatômica / Natural - Entenda a Projeção!


A prótese em gota, também conhecida como perfil natural, tem como característica básica a menor projeção no pólo superior e maior projeção no pólo inferior, ao contrário das próteses de perfil alto e extra-alto (também conhecida como cônica), onde a área central é a de maior projeção.

Prótese natural, anatômica ou em gota, sua projeção é maior no pólo inferior
  As pacientes sem queda de mama (ptose) ou flacidez de pele; as que solicitam o formato da mama com aspecto menos artificial possível; as pacientes jovens com pouca ou nenhuma sobra de pele e aquelas pacientes com mamas de volume muito reduzido, com muito pouco tecido mamário para camuflar a prótese, representam as melhores candidatas para o uso da prótese em gota.  Nesses casos, a prótese anatômica é uma opção excelente para evitar o perfil extremamente arredondado e marcado, evitando a tendência ao aspecto artificial e, eventualmente, inestético da mama.
Caso opte pele prótese natural, lembre-se, no entanto, que a projeção de seu busto não será a mesma comparativamente a dos perfis alto e extra-alto, ou seja, será uma mama de colo mais contido. 
As pacientes que apresentam pequena ptose (queda) de mama, ou seja, com maior projeção do pólo inferior, podem acentuar o aspecto de queda com o uso do perfil natural. Nesses casos, as pacientes buscam melhorar o preenchimento do pólo superior, que encontra-se insuficiente, e não acentuar o aspecto de ''naturalidade" preexistente. A melhor indicação, nesses casos, seria por perfis do tipo alto ou extra-alto. 
Vale ressaltar, que para pacientes com queda mais expressiva, o perfil da prótese não é determinante na posição final da mama, mas sim, a indicação associada de mamoplastia/mastopexia (veja nesses links: http://mariocapp.blogspot.com.br/2013/12/tenho-ptose-queda-da-mama-o-que-esperar.htmlhttp://mariocapp.blogspot.com.br/2011/10/queda-de-mama-e-protese-corrigirei-meu.html).

Prótese cônica - maior projeção no centro.
Prótese perfil alto - projeção maior também no centro.
 Mesmo as mamas de pacientes jovens, com pouca ptose (queda), podem se beneficiar do perfil alto ou extra-alto sem aparentarem forma muito artificial. Nesses casos, alguns fatores podem contribuir para um resultado mais harmônico: a escolha de volumes sem exagero, compatíveis seu biotipo, e a opção pela inclusão no plano submuscular. 
As prótese colocadas em plano submuscular permitem camuflar a parte interna da prótese, resultando em um colo mais harmônico e não tão marcado. A médio prazo, após diminuição do inchaço do músculo, o resultado será o de um perfil mais natural.
Em linhas gerais, quando bem indicada, a prótese em gota mostra-se como excelente opção para as pacientes que buscam maior naturalidade e 

Abdominoplastia – Existe Mesmo a Necessidade da Cicatriz ao Redor do Umbigo?


A plástica abdominal clássica sempre é feita com o reposicionamento do umbigo através de um pequeno corte no abdome criando, portanto, a cicatriz ao redor do umbigo. O tipo de cicatriz e o formato do umbigo dependem de vários fatores. Dentre eles, dois são os mais importantes: a incisão optada pelo médico no abdome para exteriorizar o umbigo e o tipo de cicatrização da paciente. 
O médico pode optar por técnicas diversas na confecção do umbigo, o que pode trazer sua forma mais para arredondada ou triangular, isso será um fator determinante na forma final do umbigo. Mas, se a paciente tiver tendência à cicatrização inestética, como cicatriz hipertrófica; escurecida ou quelóide, sem dúvida esse será o fator que mais irá interferir negativamente no resultado estético.

Fonte foto: blogumbigo.blogspot.com
 Existe a possibilidade de realizarmos a abdominoplastia sem cicatriz ao redor do umbigo, quando criamos um ''neoumbigo'' sem cortes. Normalmente reservamos essa indicação para casos especiais, principalmente pacientes com maior espessura da camada gordurosa, o que permitirá resultado estético melhor. Nessa técnica, fazemos o novo umbigo por tração da pele por baixo, criando um afundamento artificial na área onde ficava o umbigo prévio, simulando um novo. Como utilizamos uma tração por baixo da pele, quanto maior for a espessura da camada gordurosa, maior será a impressão de naturalidade do umbigo criado  pelo afundamento.
Essa técnica não está isenta de riscos. Nela, o umbigo original é descartado e caso ocorra resultado pouco satisfatório, por exemplo, com ruptura parcial ou completa dos pontos utilizados para confecção do mesmo, será necessária nova intervenção cirúrgica. Além disso, existe o risco do umbigo não atingir profundidade satisfatória, dando impressão de umbigo raso.
A abdominoplastia pode ser feita em uma forma não clássica em casos bem selecionados, essa técnica é conhecida como abdominoplastia intermediária. Nessa técnica retiramos menos pele e apenas rebaixamos o umbigo de posição, mantendo sua forma original, sem promover cicatrizes ao seu redor. A indicação dessa forma de abdominoplastia é selecionada apenas para determinado grupo de pacientes (pouca sobra de pele em abdome inferior, pacientes com umbigo em posição alta e presença do afastamento dos músculos abdominais), sua indicação depende de criteriosa avaliação do custo –benefício.
Portanto, como expomos acima, a abdominoplastia sem cortes ao redor do umbigo existe, mas somente para casos selecionados e para pacientes muito bem orientados dos riscos e eventuais limitações no resultado.