Prótese de Mama e Estrias. Tenho Chance de Ter?


Toda vez que existe um rápido aumento de volume sobre a pele, as fibras colágenas podem não ter tempo para se adaptar à nova pressão, com risco do tecido ceder. Com a ruptura das fibras do tecido, cria-se uma cicatriz, inicialmente avermelhada pelo processo inflamatório, mas com o passar do tempo modificando sua cor para uma mais definitiva - normalmente branca. Dependendo da tensão sofrida e do dano tecidual, essa cicatriz pode tornar-se mais larga. 


Esquematização da formação da estria (fonte foto:http://www.dermaclinic.com.br)
 As estrias são cicatrizes e, infelizmente, a medicina ainda não dominou o complexo mecanismo da cicatrização, com os diversos fatores que influenciam sua aparência cicatricial final, que pode mostrar-se esteticamente como boa ou ruim. Por isso, existe a dificuldade tanto na prevenção como no tratamento do quelóide (que é uma forma de cicatriz inestética) e inexistem tratamentos adequados para melhorar o aspecto da estria quando se encontra em fase tardia.

Estria inicial - aspecto avermelhado, possibilidade de atenuação com tratamento
Estria tardia - sem opções adequadas de tratamento
 
A prótese de mama promove a distensão súbita da pele da mama e das fibras colágenas teciduais com reais possibilidades de gerar estrias. O cirurgião não tem uma fórmula matemática para determinar se você vai evoluir ou não com estrias, no entanto, alguns fatores podem dar pistas.
Quanto maior o volume da prótese escolhida, maior a chance de estrias, além disso, as mamas pequenas e com pouca pele redundante trazem o maior risco. As pacientes com alguma flacidez de pele - normalmente as que já amamentaram e as que já possuem estrias na mama - apresentam risco menor de evoluir com estrias.
Portanto, é importante frisar que sempre existe o risco do surgimento de estrias pós mamoplastia de aumento. O que fazemos é tentar minimizar seu aparecimento através do bom senso na escolha do tamanho da prótese e medidas que auxiliam na prevenção. Vale ressaltar, que as medidas farmacológicas preventivas, como o uso de cremes hidratantes/óleos específicos ajudam muito, mas não trazem qualquer garantia de que a mama operada não evolua com estrias, da mesma maneira que uma gestante utilizando os cremes, óleos ou mesmo ingerindo colágeno, não tem garantias que seu abdome não evoluirá com as estrias. 
Caso as estrias apareçam, realizamos o tratamento precoce quando ainda há benefício terapêutico conjuntamente à dermatologia, através de laser e peelings.

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