A Mama Pós-Gestação e a Prótese

     A grande maioria das mães nos procura após a amamentação queixando-se de flacidez e queda das mamas.
      -"Doutor, elas não são mais durinhas e aparentam estar murchas. Resolvi colocar uma prótese!"
     Esse tipo de comentário e extremamente comum, mas merece algumas explicações a respeito.
   A grande maioria das mulheres pós gestação e lactação apresentam algum grau de queda e diminuição do volume mamário, isso é particularmente sentido nas pacientes que tinham mamas mais volumosas.

Origem da futura ptose: aumento do peso pela produção de leite e alongamento da pele  (fonte foto: ninhodemiau.blogspot.com)

     Nas pacientes em que somente a diminuição de volume fez-se presente, sem queda expressiva, apenas a inclusão de prótese de silicone será suficiente para a correção do problema. No entanto, naquelas em que há flacidez importante associada à queda (ptose mamária), será necessário realizar a inclusão de prótese, para o aumento, associada à retirada de pele (mamoplastia ou mastopexia com prótese) para melhora da queda. Portanto, a função da prótese de mama é a de aumentar a mama e não levantá-la.
     Não se iluda em esperar que a colocação de grandes volumes de prótese irá "compensar" a queda preexistente, na verdade, nessas situações a mama acabará por assumir, com o passar do tempo, a posição que possuía antes da cirurgia, ou seja, ficará grande e com queda.
     Na mamoplastia/mastopexia realizamos a retirada do excesso de pele considerada ''doente'' das mamas - aquela com flacidez e muitas vezes estrias - que é o fator causal mais importante da ptose mamária. Infelizmente, não trocamos a pele das mamas por uma nova, por isso, ao final da cirurgia ainda existe pele ''doente'' remanescente, resultando numa mama de aspecto mais natural (em gota) no pós-operatório. Não espere as mamas quando de perfil com aspecto redondo ou cônico sustentadas no pós-operatório, independente da marca; volume ou perfil da prótese utilizada, mas espere mamas com formato, quando de perfil, natural; de consistência mais firme e com melhora expressiva da posição vertical da aréola/mamilo (''olhando pra frente e não pra baixo''). 
     Nós, cirurgiões plásticos, graduamos a queda de mama (ptose mamária) nos graus de I a IV:
  • Grau I: Mínima queda.
  • Grau II:Queda, mas com mamilo acima do sulco sub-mamário.
  • Grau III:Queda, mas com mamilo na altura do sulco sub-mamário.
  • Grau IV:Mamilo abaixo do sulco sub-mamário.

Exemplos de ptose de leve e acentuada (fonte foto:mamoplastia.masterhealth.com.br)

     Em geral, as ptoses mamárias de graus I e II toleram bem a indicação da inclusão simples da prótese de silicone com bom resultado final, ou seja, o custo x benefício de posicionarmos uma cicatriz resultante de retirada de pele, nesses casos, é desfavorável. Nas ptose mamárias de graus III e IV, o reposicionamento do mamilo/aréola faz-se necessário, portanto, a melhor indicação cirúrgica é a mamoplastia/mastopexia (retirada de pele).
     A indicação de uma mamoplastia/mastopexia (retirada de pele) não depende somente de critérios técnicos, cada caso é discutido em separado de acordo com suas nuances específicas. A possibilidade de novas gestações; a tendência a cicatrizes inestéticas; a intolerância às cicatrizes e a forma preexistente da mama , dentre outros fatores, contribuirão para a decisão cirúrgica final conjunta entre a paciente e o cirurgião.

Um comentário: